Anticoncepcional Oral & Risco Cardiovascular Online (Oral Contraceptive & Cardiovascular Risk)

 

¨Aproximadamente 60,0% das mulheres em idade reprodutiva utilizam algum método contraceptivo. Essa prevalência atinge cerca de 70,0% no Brasil, e os anticoncepcionais orais (ACO) e a esterilização feminina são os métodos mais comuns (23,0%). O uso de ACO na presença de algumas condições como a hipertensão arterial pode aumentar o risco de acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM) e outros desfechos adversos em mulheres. Além da hipertensão arterial, contraindicam o uso de ACO: diabetes mellitus com doença vascular, tabagismo em mulheres com 35 anos ou mais, doenças cardiovasculares, tromboembolismo, enxaqueca com aura, dentre outros. O uso de anticoncepcionais orais aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e tromboembólicas devido a alterações no perfil lipídico e hemostático. Os resultados do recente estudo de Guedes e colaboradores mostraram que o uso de anticoncepcionais orais combinados está associado ao perfil lipídico desfavorável e à inflamação crônica subclínica, com potencial aterogênico. Além disso, os anticoncepcionais orais de média dose induziram maior potencial trombogênico, já que foram relacionados com níveis maiores de dímero D em comparação com os de baixa dose. Outros estudos mostraram que o uso de contraceptivos hormonais combinados aumentam o nível de proteína C-reativa (PCR). No estudo de Corrêa e colaboradores definiu-se como uso contraindicado de anticoncepcionais quando presente pelo menos uma condição: hipertensão; doenças cardiovasculares como infarto, derrame/acidente vascular encefálico; diabetes mellitus; ser tabagista e ter idade igual ou maior de 35 anos. Neste estudo a contraindicação mais freqüente entre as usuárias de anticoncepcionais orais foi hipertensão (9,1%). Devido ao uso disseminado de ACO sem prescrição, é provável o desconhecimento do uso contraindicado. Devemos enfatizar que os resultados de muitos estudos, sobre ACO e risco cardiovascular e mortalidade, referem-se a formulações contraceptivas orais mais antigas com doses hormonais mais elevadas, em vez das formulações de terceira e quarta geração mais comumente usadas com doses mais baixas de estrogênio.¨

 

¨A Organização Mundial de Saúde estabeleceu uma norma a ser utilizada na indicação do uso de contraceptivos. No grupo 1 está a maioria das mulheres, que não tem doenças associadas e por isso pode utilizar a “pílula”, com baixíssimo risco de complicações. Na grupo 2 estão aquelas com historia na família de doenças cardiovasculares, que podem usar o contraceptivo, contudo com mínimo risco. Mulheres hipertensas são classificadas como do grupo 3, onde o medicamento não é recomendado a não ser que não seja possível recorrer a outros métodos contraceptivos não hormonais. Já as mulheres do grupo 4 têm contraindicação formal ao uso da “pílula”, como as fumantes, portadoras de forte enxaqueca ou doença cardiovascular significativa.¨

 

Evaluation of lipid profile, high-sensitivity C-reactive protein and D-dimer in users of oral contraceptives of different types

Guedes, João Victor M. et al.

  1. Bras. Patol. Med. Lab., Feb 2018, vol.54, no.1, p.14-20

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442018000100014&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

 

Fatores associados ao uso contraindicado de contraceptivos orais no Brasil

Corrêa, Daniele Aparecida Silva et al

Rev. Saúde Pública, 2017, vol.5

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102017000100201&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

 

Hormonal contraceptive and risk of ischemic stroke in women with migraine: a consensus statement from the European Headache Federation (EHF) and the European Society of Contraception and Reproductive Health (ESC)

Simona Sacco, Gabriele S. Merki-Feld, Karen Lehrmann Ægidius et al

on behalf of the European Headache Federation (EHF) and the European Society of Contraception and Reproductive Health (ESC)

J Headache Pain. 2017; 18(1): 108

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5662520/

 

Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil.

Farias, Mareni Rocha et al.

Rev. Saúde Pública, 2016, vol.50, suppl.2

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102016000300301&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

 

Combined hormonal contraception use in reproductive-age women with contraindication to estrogen use

J R Lauring, E B Lehman, T A Dimling et al

American Journal of Obstetrics & Gynecology 2016, vol 215 (3): 330.e7

https://www.ajog.org/article/S0002-9378(16)30006-0/fulltext

 

Cardiovascular disease incidence among females in South Carolina by type of oral contraceptives, 2000-2013: a retrospective cohort study

Marsha E. Samson, Swann Arp Adams, Anwar T. Merchant et al

Arch Gynecol Obstet. 2016 Nov; 294(5): 991–997

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5070797/

 

Influence of Dyslipidemia on the Quality of Sexual Life in Women in the Menacme using a Combined Oral Contraceptive

Strufaldi, Rodolfo et al.

Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Dec 2016, vol.38, no.12, p.600-608

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032016001200600&lng=en&nrm=iso&tlng=en

 

Effect of oral and vaginal hormonal contraceptives on inflammatory blood biomarkers

A A Divani, X Luo, Y H Datta, J D Flaherty, A Panoskaltsis-Mortari

Mediators Inflamm 2015, 2015: 379501

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4378601/

 

Oral contraceptive and menopausal hormone therapy: relative and attributable risks of cardiovascular disease, câncer, and other health outcomes

Shari S. Bassuk, JoAnn E. Manson

Ann Epidemiol. 2015 Mar; 25(3): 193–20

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4389282/

 

Oral contraceptive use and mortality after 36 years of follow-up in the Nurses´Health Study: prospective cohort study

Brittany M Charlton, Janet W Rich-Edwards, Graham A Colditz et al

BMJ. 2014; 349: g6356

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4216099/

 

Cardiovascular risk and combined oral contraceptives; clinical decisions in setting of uncertainty

J P Beller, C R McCartney

American Journal of Obstetrics and Gynecology 2013, vol 208 (1): 39-41

https://www.ajog.org/article/S0002-9378(12)00128-7/fulltext

 

Contracepção hormonal e sistema cardiovascular

Brito, Milena Bastos, Nobre, Fernando and Vieira, Carolina Sales

Arq. Bras. Cardiol., Abr 2011, vol.96, no.4, p.e81-e89

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2011000400021&lng=pt&nrm=iso

 

by Dr Paulo Fernando Leite

Cardiologia/Prevenção Cardiovascular

Estratificação de Risco Cardiovascular

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Síndrome da Embolia Gordurosa Online (Fat Embolism Syndrome)

 

¨É uma síndrome rara que pode ocorrer com uma fratura do principais ossos longos e pode causar hipoxemia e efeitos do sistema nervoso central, como confusão e coma. É uma condição clínica que ocorre em razão da passagem maciça de partículas de gordura oriundas da medula óssea para a circulação sistêmica, como resultado de fraturas de ossos longos ou ossos pélvicos, ou de procedimentos de fixação cirúrgica intramedular. Seus sinais clássicos são desconforto respiratório agudo, erupção de petéquias e diversas manifestações neurológicas. Quando predominam sinais e sintomas neurológicos, a condição é frequentemente referida como embolia gordurosa cerebral. Em tais casos, as imagens de ressonância magnética são muito úteis para a confirmação do diagnóstico. A síndrome da embolia gordurosa (SEG) é relacionada a múltiplos fatores, como energia do trauma, predisposição do paciente e ressuscitação inicial. A Síndrome da Embolia Gordurosa (SEG) pode acontecer em pacientes vítimas de politrauma (fratura de ossos longos) ou operações plásticas (lipoaspiração), comprometendo circulação, respiração e/ou sistema nervoso central. A SEG é uma afecção relativamente rara (0,3% a 5,0%), porém de extrema gravidade, apresentando índices de mortalidade que variam entre 10% e 36%. A SEG é clinicamente subdiagnosticada devido à baixa especificidade e sensibilidade de exames laboratoriais e do exame físico. A concentração sérica aumentada de lipase ou a presença de lipidúria podem auxiliar no diagnóstico, assim como os exames de imagem (ressonância nuclear magnética). Gurd e Wilson, na década de 1970, estabeleceram critérios diagnósticos maiores e menores para SEG, sendo necessário pelo menos um critério maior e três menores ou dois critérios maiores e dois menores para confirmação da síndrome. A adoção desses critérios ainda permanece útil para o diagnóstico de SEG na prática clínica atual. A fisiopatologia da SEG envolve disfunção endotelial pela liberação de ácidos graxos dos êmbolos de gordura, levando à vasculite com ativação da agregação plaquetária e consumo de fatores de coagulação. Esse processo pode se perpetuar causando oclusão da microcirculação, plaquetopenia, coagulação intravascular disseminada e sangramentos, sendo este último mais raro.8 O envolvimento do sistema nervoso central e de outros órgãos indica passagem de microêmbolos de gordura e/ou ácidos graxos livres para a circulação sistêmica, por meio de shunts anatômicos pulmonares e/ou comunicação entre as câmaras cardíacas direita e esquerda. O tratamento da SEG é de suporte e inclui o manejo da disfunção respiratória, hemodinâmica e fixação precoce de fraturas de ossos longos. Os corticosteroides podem ser úteis na prevenção, porém ainda não se mostraram eficazes para a síndrome estabelecida. Em teoria, esses fármacos limitariam o dano endotelial causado pelos ácidos graxos livres.¨

 

Síndrome de hiperatividade simpática paroxística causada por síndrome da embolia gordurosa.

Godoy, Daniel Agustin, Orquera, Jose and Rabinstein, Alejandro A.

Rev. bras. ter. intensiva, Jun 2018, vol.30, no.2, p.237-243

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2018000200237&lng=pt&nrm=iso

 

Fat embolism syndrome: a case report and review literatures

N Uransilp, S Muengtaweepongsa, N Chanalithichai, N Tammachote

Case Reports in Medicine, vol 2018, Article ID 179850, 6 pages

https://www.hindawi.com/journals/crim/2018/1479850/

 

Fat embolism syndrome: chest CT findings.

Graziani, Alessandro, Moretti, Chiara Carli and Cappa, Federica Mirici

  1. bras. pneumol., May 2018, vol.44, no.3, p.244-244

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132018000300244&lng=pt&nrm=iso

 

Liposuction-induced fat embolism syndrome: a brief review and postmortem diagnostic approach

Cantu CA, Pavlisko EN.

Arch Pathol Lab Med. 2018 Jul;142(7):871-875

http://www.archivesofpathology.org/doi/full/10.5858/arpa.2017-0117-RS

 

Pulmonary fat embolism and coronary amyloidosis

Veronica Lever, Francesco Erdini, Claudio Ghimenton et AL

Am J Case Rep. 2018; 19: 744–747

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6047570/

 

Fat embolism after fractures in Duchenne muscular dystrophy: an underdiagnosed complication? A systematic review

Feder D, Koch ME, Palmieri B, Fonseca FLA, Carvalho AAS.

Ther Clin Risk Manag. 2017, vol13:1357-1361

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5644602/

 

Perioperative management of massive fat embolism syndrome presenting as refractory status epilepticus

William Watson, Jack Louro, Roman Dudaryk

Int J Crit Illn Inj Sci. 2018 Apr-Jun; 8(2): 107–110

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6018261/

 

The fat embolism syndrome as a cause of paraplegi

Siert TA Peters, Marieke J Witvliet, Anke Vennegoor, Birkitt ten Tusscher, Bauke Boden, Frank W Bloemers

SAGE Open Med Case Rep. 2018; 6: 2050313X18789318

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6055092/

 

Fat embolism syndrome in Duchenne muscular distro´hy patients

Lee D. Murphy, Mouhammad Yabrodi, Riad Lutfi

Case Rep Crit Care. 2018; 2018: 3686470

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6008769/

 

Bone marrow necrosis and fat embolism syndrome: a dreadful complication of hemoglobin sickle cell disease

Eduardo Pelegrineti Targueta, André Carramenha de Góes Hirano, Fernando Peixoto Ferraz de Campos et al

Autops Case Rep. 2017 Oct-Dec; 7(4): 42–50

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5724055/

 

Neurological effects of fat embolism syndrome: a case report

E Shacklock, A Gemmell, N Hollister

J Intensive Care Soc 2017, vol 18 (4): 339-341

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5661799/

 

Síndrome da embolia gordurosa na fratura diafisária de fêmur: o tratamento provisório faz diferença?

Silva, Janio Jose Alves Bezerra et al

Rev. bras. ortop., 2017, vol.52, no.5, p.535-537

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162017000500535&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

 

Severe fat embolism in perioperative abdominal liposuction and fat grafting

Souza, Rodrigo de Lima e et al.

Rev. Bras. Anestesiol., June 2016, vol.66, no.3, p.324-328

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942016000300324&lng=pt&nrm=iso

 

Pulmonary fat embolism of neoplastic origin

Pinto, Flávia et al.

  1. bras. pneumol., Dec 2016, vol.42, no.6, p.466-46

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132016000600466&lng=pt&nrm=iso

 

Cerebral fat embolism after bone fractures

D J Aman, L van Koppenhage , A M Snoek et al

The Lancet oct 2015

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(15)60064-2/fulltext

 

Fat embolism syndrome

E Kosova, B Bergmark, G Piazza

Circulation 2015, vol 131: 317-320

https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.114.010835

 

Embolia gordurosa grave no peroperatório de lipoaspiração abdominal e lipoenxertia

Souza, Rodrigo de Lima e et al.

Rev. Bras. Anestesiol., June 2016, vol.66, no.3, p.324-328

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942016000300324&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

 

Fat embolism syndrome after femur fracture fixation: a case report

Craig C Akoh, Cameron Schick, Jesse Otero, Matthew Karam

Iowa Orthop J. 2014; 34: 55–62.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4127739/

 

Cerebral fat embolism syndrome: diagnostic state of the art: with and without intramedullary fixation, with and without long bone fractures

B Radin, H N Reynolds, U K Bodanapally, D Dreizin

Int J Crit Care Emerg Med 2014, vol 1 (1)

https://clinmedjournals.org/articles/ijccem/international-journal-of-critical-care-and-emergency-medicine-ijccem-1-004.pdf

 

Massive cerebral involvement in fat embolism syndrome and intracranial pressure management

R G Kellogg, R B V Fontes, D K Lopes

Journal of Neurosurgery 2013, vol 119 (5): 1263-1270

http://thejns.org/doi/full/10.3171/2013.7.JNS13363

 

Fat embolism syndrome

M E Kwiatt, M J Seamon

Int J Crit Illn Inj Sci 2013, vol 3 (1): 64-68

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3665122/

 

A traumatic case of fat embolism

Telford L, Harris J.

BMJ Case Rep. 2013 Jul 5;2013. pii: bcr2013200142

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3736448/

 

Síndrome da embolia gordurosa: relato de caso

J D Alves, L R Arantes, E M de Sá Magalhães

Rev Med Minas Gerais 2009, vol 19 (1): 63-66

http://rmmg.org/artigo/detalhes/491

 

Fat embolism and cerebral function in total hip arthroplasty

Koessler MJ, Pitto RP.

Int Orthop. 2002;26(5):259-62

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3620993/pdf/264_2002_Article_380.pdf

 

by Dr Paulo Fernando Leite

Cardiologia/Prevenção Cardiovascular

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