Diabetes Mellitus: Estratificação de Risco Cardiovascular

– Os pacientes com diabetes tipos 1 e 2 são divididos em quatro grandes categorias de risco cardiovascular, a saber: baixo, intermediário, alto e muito alto, com base na idade, na presença de Estratificadores de Risco (ER- Anexo 1), Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC- Anexo 2)), ou Doença Aterosclerótica Clínica (DACL- Anexo 3) . As taxas de eventos cardiovasculares de 10 anos para os riscos baixo, intermediário (< 20% em 10 anos), alto (20% a 30% em 10 anos) e muito alto (> 30% em 10 anos) foram, respectivamente, < 10, 10-20, 20-30 e > 30%.

Anexo I: Estratificadores de Risco (ER)
– Idade > 49 anos para homens ou > 56 anos para mulheres
– Duração do diabetes superior a 10 anos
– História familiar de doença arterial coronária prematura
– Presença de síndrome metabólica definida pelo IDF
– Hipertensão arterial tratada ou não tratada
– Tabagismo vigente
– Taxa de filtração glomerular estimada abaixo de 60 mL/min/1,73 m2
– Albuminúria > 30 mg/g de creatinina
– Neuropatia autonômica
– Retinopatia diabética
 

Anexo 2: Doença Aterosclerótica Subclínica

– Escore de cálcio arterial coronário > 10 U Agatston*
– Placa carotídea (espessura íntima média > 1,5 mm)
– Angiotomografia coronária computadorizada com presença de placa
– Índice tornozelo braquial < 0,9
– Aneurisma da aorta abdominal
 

Anexo 3: Doença Aterosclerótica Clínica

– Síndrome coronariana aguda
– Infarto agudo do miocárdio ou angina instável
– Angina estável ou antecedente de infarto agudo do miocárdio
– Acidente vascular cerebral aterotrombótico ou ataque isquêmico transitório
– Revascularização coronariana, carotídea ou periférica
– Insuficiência vascular periférica ou amputação de membros
– Doença aterosclerótica grave (estenose > 50%) em qualquer território vascular

 

– Pacientes diabéticos < 38 anos e mulheres < 46 anos, sem fatores estratificadores de risco ou doença aterosclerótica subclínica ou clínica, são considerados de risco baixo. Aqueles com idades acima desses valores, para ambos os sexos, são considerados de risco intermediário

– Pacientes diabéticos de risco alto são aqueles que apresentam, em qualquer idade, fatores estratificadores ou doença aterosclerótica subclínica, na ausência de doença aterosclerótica clinicamente manifesta.

– Pacientes diabéticos de risco muito alto inclui pacientes em qualquer faixa etária que apresentam doença aterosclerótica clínica (Anexo 3)

– história familiar de doença coronária prematura é definida pela presença de eventos coronários em parentes de primeiro grau (pai, mãe ou irmãos) antes dos 55 anos de idade para homens ou 65 anos para mulheres;

– a definição da International Diabetes Federation (IDF) de síndrome metabólica consiste em: circunferência abdominal ≥ 94 cm para homens e ≥ 80 cm para mulheres, e dois ou mais dos seguintes critérios: (1) triglicerídes ≥ 150 mg/dL para homens e mulheres; (2) HDL-colesterol < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres; (3) pressão arterial ≥ 130/85 mmHg ou tratamento para hipertensão; e (4) glicemia em jejum ≥ 110 mg/dL; tabagismo vigente é definido quando o último episódio ocorreu em menos de 1 ano antes do momento da estratificação. – Obs: na Diretriz Brasileira baseada em evidências sobre prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com diabertes (A A Faludi e cols, 2017), os estratificadores de risco do Anexo 1, não constam os seguintes fatores agravantes de risco cardiovascular: hipertrofia ventricular esquerda e proteína-C reativa de alta sensibilidade > 3 mg/L (que constam em todas as diretrizes de prevenção cardiovascular já editadas).

– A calcificação arterial coronariana (CAC) está associada a eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com diabetes, quando disponível, a mensuração da calcificação arterial coronariana deve ser a modalidade preferida. Em pacientes com diabetes, CAC > 10 é preditor de mortalidade e eventos cardiovasculares futuros. Recomenda-se que pacientes com diabetes, com CAC > 10 sejam considerados de alto risco cardiovascular

– A presença de placa carotídea é preditora de eventos adversos cardiovasculares maiores, além de reclassificar o risco. A adição de informações da placa, como aumento da EMIC (> 1,5 mm), é marcador de risco cardiovascular e pode ser utilizada para reclassificar pacientes de risco intermediário em alto risco

– a angiotomografia coronária computadorizada não deve ser realizada rotineiramente em pacientes assintomáticos; pacientes portadores de aneurisma de aorta abdominal estão em risco elevado de morbidade e mortalidade cardiovascular, pela presença de fatores de risco habituais e comorbidades associadas ao aneurisma.

 

– Estratificação de Risco Cardiovascular em Diabéticos Online

Bibliografia Adicional Online

 

Diabetes, cardiovascular disease and the microcirculation

  1. David Strain, P. M. Paldánius

Cardiovasc Diabetol. 2018; 17: 57

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5905152/

 

Mortality and cardiovascular disease in type 1 and type 2 diabetes

A Rawshani, A Rawshani, S Franzén et al

N Engl J Med 2017, vol 376: 1407-1418

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1608664

Diretriz brasileira baseada em evidências sobre prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com diabetes: posicionamento da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Faludi, André Arpad et al.

Arq. Bras. Cardiol., Dez 2017, vol.109, no.6, suppl.1, p.1-31

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextHYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”&HYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”pid=S0066-782X2017001600001HYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”&HYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”lng=ptHYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”&HYPERLINK “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001600001&lng=pt&nrm=iso”nrm=iso

Cardiovascular screening for the asymptomatic patient with diabetes: more cons than pros

Konstantinos Makrilakis, Stavros Liatis

J Diabetes Res. 2017; 2017

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5745704/

 

■ by Dr Paulo Fernando Leite

Autor dos livros:

– Fisiologia, Ergometria & Condicionamento Físico – 2006

– Fatores Nutricionais e Metabólicos de Risco Cardiovascular – – 2002

– Cardiologia/CRMMG: 7026

– Médico Cardiologista: Centro Médico Unimed BH

– Coordenador Científico da MedWebServiços – www.mwsedumed.com.br

– Responsável pelo Blog Internet Médica – www.internetmedica.com.br

Guia para manejar doenças endêmicas online

 

Se pessoas saudáveis precisam evitar a possibilidade de contrair doenças endêmicas como tuberculose, leishmaniose e doença de Chagas, no caso dos transplantados e candidatos ao transplante de órgãos, esse cuidado pode ser essencial para o sucesso do procedimento. Por isso, as equipes de cuidadores de Transplantes de Órgãos Sólidos (SOT, na sigla em inglês) enfrentam permanentemente o desafio de gerenciar decisões importantes, como os riscos e os benefícios de o candidato receber determinadas vacinas. Recomendações detalhadas para o gerenciamento e para a prevenção de infecção pelas doenças endêmicas mais relevantes da América Latina foram reunidas, pela primeira vez, em uma publicação, o guia Recomendações para o manejo de doenças endêmicas e medicina do viajante em transplante de órgãos sólidos: América Latina em foco. “Escrito por especialistas de vários países, o guia orienta o manejo de doenças endêmicas e medicina do viajante, com o intuito de auxiliar os médicos que cuidam de candidatos ao transplante, transplantados e seus doadores, portadores de doenças infecciosas latentes ou ativas típicas da América Latina”, informa a professora Wanessa Trindade Clemente, do Departamento de Propedêutica Complementar da Faculdade de Medicina da UFMG, editora-chefe e uma das autoras do trabalho. Disponível na internet e divulgado nas sociedades de transplantes e de infectologia, o guia contém artigos e uma seção ilustrativa com mapas interativos para a contextualização geográfica do risco. Os artigos abrangem os seguintes temas: arboviroses, doença de Chagas, leishmaniose visceral e cutânea, malária, esquistossomose e estrongiloidíase, diarreia do viajante, micoses endêmicas e orientações sobre vacinação. O trabalho foi publicado em Transplantation, periódico da Sociedade Internacional de Transplante de Fígado, o mais influente nesse campo, com mais de 25 mil citações por ano.

 

Fonte: Boletim UFMG/02/04/2018 – Pág 6

https://ufmg.br/comunicacao/noticias/guia-para-manejar-doencas-endemicas

 

Recommendations for management of endemic diseases and travel Medicine in solid-organ transplant recipients and donors: Latin America

Clemente, Wanessa, Trindade, Pierrotti, Lígia, Camera, Abdala, Edson et al

Transplantation 2018, vol102 (2): 193-208

https://journals.lww.com/transplantjournal/Fulltext/2018/02000/Recommendations_for_Management_of_Endemic_Diseases.10.aspx

 

(publicação elaborada com participação da UFMG orienta equipes que lidam com  transplantados e doadores de órgãos)

 

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