Disfunção Erétil & Risco Cardiovascular Online
■ Disfunção Erétil & Risco Cardiovascular
-. A disfunção erétil (DE) é uma das condições mais comuns que afeta homens de meia-idade e idosos. Em homens entre 60 e 70 anos de idade, 20% a 40% serão afetados, dependendo da definição de DE.
-. A disfunção erétil apresenta várias etiologias: vascular, endócrina, neurológica, psicológica/psiquiátrica e relacionada às drogas ou às intervenções cirúrgicas. A DE freqüentemente está associada a doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença arterial coronariana (DAC).
– Vários estudos prévios em homens sem doença cardiovascular prevalente mostraram uma associação entre DE e aumento do risco de doença cardiovascular. Acredita-se que o início da DE anteceda o aparecimento de doenças cardiovasculares em 3 a 5 anos em homens sem doença cardiovascular. A DE pode refletir um processo aterosclerótico generalizado. A disfunção erétil (DE) tem sido considerada um fator de risco bem estabelecido para doença cardiovascular (DCV). Vários estudos relataram uma associação entre DE e DAC. Segundo alguns autores, DE e DAC devem ser considerados como “duas manifestações diferentes do mesmo distúrbio sistêmico”. A DE geralmente precede o início da DAC e pode ser considerada um marcador precoce de DAC sintomática. Uma associação entre tratamento para disfunção erétil e morte de desfechos cardiovasculares após infarto do miocárdio em um estudo de coorte nacional na Suécia (em homens com menos de 80 anos de idade) foi descrito por Andersson et al. (2017).
– Autores avaliaram a função erétil em homens com doença arterial coronariana (DAC) e a relação entre o grau de disfunção erétil (DE) e a idade do primeiro infarto agudo do miocárdio (IAM). A incidência de disfunção erétil em três grupos de pacientes sobreviventes de IAM foi investigada: sobreviventes de IAM menores de 45 anos, sobreviventes de IAM acima de 65 anos e população masculina normal com idade entre 30 e 60 anos. A função erétil foi avaliada pelo questionário do Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-5). Nos doentes do sexo masculino pós-IAM com idade inferior a 45 anos (n = 76), a DE ligeira ocorreu em 26% e grave em 7%. No grupo IAM mais idoso, a DE leve ocorreu em 52% e grave em 38%. Na idade do grupo controle pareado com os sobreviventes mais jovens, 96% negaram DE e apenas um paciente controle teve uma pontuação de 20 no IIEF-5. Um resultado paradoxal foi observado em pacientes em uso de betabloqueadores (BB), que apresentaram melhores escores que o grupo sem BB. O tratamento com estatinas influenciou positivamente o escore dos questionários. Aqueles em estatinas tiveram uma pontuação média de 21,0 ± 4,9 vs sem estatina 17,7 ± 5,7, p = 0,03. Os achados atuais identificaram que a prevalência de DE é relativamente alta em pacientes jovens com DAC e está relacionada ao tratamento da DAC.
– Resumindo, atualmente existe um forte consenso de que homens com DE devem ser considerados com alto risco de doença cardiovascular (DCV). As ferramentas de avaliação de risco disponíveis devem ser usadas para estratificar o escore de risco coronariano em cada paciente. A Conferência de Consenso de Princeton III de 2012 expandiu as recomendações cardiovasculares existentes, propondo uma abordagem para a avaliação e gestão do risco cardiovascular em homens com disfunção erétil e nenhuma DCV conhecida.
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■ by Dr Paulo Fernando Leite
Cardiologia- Centro Médico Unimed BH
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