Complicações Cardiovasculares Antes e Após Gravidez: Série Mednews Especial 2024
■ Complicações Cardiovasculares na Gravidez/Sociedade Brasileira de Cardiologia 2024
– A mulher está sujeita a complicações como diabetes gestacional e doença hipertensiva da gravidez, o que aumenta em três a quatro vezes o risco de síndrome coronária aguda (SCA) ao longo de toda a sua vida. Sendo assim, sua história obstétrica deve ser investigada cuidadosamente e a presença dessas comorbidades dita o acompanhamento contínuo da mulher.
– Mulheres com pré-eclâmpsia têm um risco 3,7 vezes maior de desenvolver hipertensão arterial sistêmica (HAS) 14 anos mais tarde, 2,16 vezes maior de doença isquêmica cardíaca em 12 anos, 1,8 vez de acidente vascular cerebral (AVC) em 10 anos e 1,78 vez de tromboembolismo venoso em 5 anos.
– O diabetes gestacional aumenta o risco de DM tipo 2 em sete vezes, o risco de AVC em duas vezes e de infarto do miocárdio em quatro vezes, independentemente de a paciente se tornar ou não diabética.
– A tríade conjugada (tabagismo, idade acima de 35 anos e uso prolongado, > 10 anos, de anticoncepcional combinado oral) é considerada o fator determinante da manifestação clínica da doença aterotrombótica durante a gravidez e o puerpério.
– A queixa de dor torácica durante a gravidez em mulheres que apresentam fatores de risco cardiovascular (FR) para a doença cardiovascular (DCV) não deve ser subestimada e deve seguir protocolo convencional de investigação para síndrome coronária aguda.
– Pacientes com passado de pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e insuficiência placentária tem três vezes mais chance de desenvolver doença arterial periférica.
– A doença aterotrombótica é uma das causas mais frequentes de infarto agudo do miocárdio (IAM) durante a gravidez e o puerpério.
– Diagnóstico de síndrome antifosfolípide (SAF) deve ser presumido diante da manifestação clínica de trombose vascular e/ou complicações obstétricas recorrentes, sendo sua investigação obrigatória na presença de AVC e IAM em mulheres jovens. A SAF deve ser considerada em mulheres jovens com infarto do miocárdio, em situações de tromboses prévias não provocadas, contagens de plaquetas mais baixas, tempo parcial de tromboplastina elevado e artérias coronárias normais ou trombose coronária. A anticoagulação deve ser mantida por toda a vida, mesmo no primeiro episódio, particularmente no lúpus eritematoso sistêmico.
■ Posicionamento sobre doença isquêmica do coração – a mulher no centro do cuidado – 2023
G M M de Oliveira, M C C de Almeida, D C Rassi et al
Arq Bras Cardiol 2023, vol 120 (7)
https://www.scielo.br/j/abc/a/NHTpGXKFCz7NKht5CYLDZZF/?lang=pt (portuguese)
https://www.scielo.br/j/abc/a/NHTpGXKFCz7NKht5CYLDZZF/?lang=en (english)