– O Strongyloides stercoralis é um nematódeo intestinal com distribuição geográfica ubíqua, apesar de estar mais presente na faixa intertropical.

– Sua prevalência varia bastante segundo estudos epidemiológicos, sendo entre 3 e 100 milhões de pessoas infectadas. Normalmente a infecção é assintomática, porém, em alguns casos, manifesta-se com extrema gravidade associada à elevada mortalidade.

– O Strongyloides stercoralis, ao contrário de outras espécies que compartilham a mesma classe taxonômica, apresenta uma peculiaridade: pode manter seu ciclo evolutivo sem deixar seu hospedeiro. O ciclo vital inicia-se quando a larva filariforme (forma infectante) penetra na pele de um hospedeiro susceptível. Ao ganhar a circulação sistêmica, chega até os capilares alveolares. Adentra os alvéolos, dirigindo-se à glote, ultrapassando no trajeto, bronquíolos, brônquios e traquéia. Posteriormente, é deglutida e atinge o trato gastrintestinal alojando-se na lâmina própria do duodeno e jejuno proximal. O útero do verme-fêmea contém, em média, 10 a 12 ovos, produzindo no máximo, 15 larvas por dia. Após a eclosão, a larva é chamada de rabditóide L1. Para ser infectante, a larva deve chegar ao estágio L3, sua forma filarióide.

– Uma peculiaridade do gênero Strongyloides é que algumas larvas rabditóides, entre as muitas que eclodiram, sofrem uma segunda ecdise antes de serem expelidas nas fezes, ou seja, tornam-se infectantes ainda no intestino grosso do hospedeiro. Essas penetram na mucosa do cólon e reiniciam o ciclo. Aquelas que são eliminadas nas fezes podem vir a evoluir para larvas infectantes (filarióides) no solo ou constituir vida-livre

– A estrongiloidíase são dois parasitas intestinais mais difíceis de diagnosticar. Além de ser crônica e assintomática, na maioria das vezes, não há diagnóstico específico ideal, com 25% de exames parasitológicos falso-negativos. Em indivíduos imunocomprometidos pode causar síndrome de hiperinfecção ou doença disseminada. As manifestações clínicas da hiperinfecção por strongyloides são variáveis, de início agudo ou insidioso, sem sintomas patognomônicos, associadas também a fatores como diminuição da resistência orgânica e do estado nutricional do paciente

– A intensidade da estrongiloidíase parece se correlacionar com os níveis de eosinófilos no sangue, observando-se cifras elevadas em 94% dos pacientes sintomáticos, sugerindo prognóstico favorável, mesmo em pacientes maciçamente infectados

– Os principais fatores de risco para hiperinfecção incluem terapia imunossupressora, principalmente corticosteróides, em transplantes, malignidades hematológicas, infecção pelo vírus T-linfotrópico humano-1, desnutrição e diabetes mellitus5. Dois fatores citados, imunossupressão devido ao uso de corticosteroides e quimioterapia para câncer são os mais relatados

 

Strongyloides stercoralis hyperinfection syndrome with cerebral involvement

Andreas Arnholdt Pedersen, Gitte Nyvang Hartmeyer, Christen Rune Stensvold, Raquel Martin-Iguacel

BMJ Case Rep. 2022; 15(9): e247032

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9511590/

 

Coinfection with Strongyloides and Ascaris in a COVID-1-positive male presenting with acute abdômen: a case report

Sweta Singh, Uday S Singh

Future Microbiol. 2022 Jul : 10.2217/fmb-2022-0027.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9332911/

 

A case of strongyloides stercoralis induced duodenitis and pancreatitis

  1. Khan, G. Tchomobe, S. Vakharia, M. Suryadevara, S. Nagarakanti

IDCases. 2022; 27: e01442

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8844764/

 

Chylous ascites as the main clinical symptoms of a Strongyloides stercoralis infection in an immigrant from Bosnia-Herzegovina

Lukas Antonitsch, Daniela Penz, Arnulf Ferlitsch

Eur J Case Rep Intern Med. 2022; 9(11): 003603

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9728212/

 

Strongyloides stercoralis: uncommon yet not not to be missed cause of eosinofilia

Jacob M. Boccucci, Apryl Cronley, David W. Walsh

Clin Case Rep. 2022 Dec; 10(12): e6653

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9755633/

 

Disseminated strongyloidiasis in a patient with rheumatoid arthritis: a case report

Jin-Hao Zheng, Lu-Yu Xue

World J Clin Cases. 2022 Jun 26; 10(18): 6163–6167

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9254191/

 

Strongyloides colitis, a rare but importante mimic of Chrohn´s disease, resulting in coma and multi-organ failure: a case report

Sabah Uddin Saqib, Sumit Sood, Ling Wong, Abhilasha Patel

Surg Case Rep. 2022 Dec; 8: 211

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9708997/

 

Strongyloides stercolaris infection causing reversible chronic urticaria with histologic findings of leukocytoclastic vasculitis

Navid Zahedi Niaki, Delphine Désy, Selim Rashed, Amina Bougrine

JAAD Case Rep. 2022 Mar; 21: 189–191

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8888897/

 

Strongyloidiasis gastrites and colitis in a patient with leprosy

Francisco Kennedy Scofoni Faleiros de Azevedo, Paula Maria Pinheiro Miranda, Ivana Menezes

Rev Soc Bras Med Trop. 2022; 55: e0189-2022

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9549942/

 

A rare cause of pedunculated polyps caused by Strongyloides

O Yousaf, A Carreon, I Mohsin

Eur J Case Rep Intern Med 2022, vol 9 (3): 003008

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8988497/

 

Hiper-infecção por Strongyloides Stercoralis: relato de caso

C C Benincasa, F O Azevedo, M S Canabarro et al

Rev bras. ter. intensiva 2007, vol 19 (1)

https://www.scielo.br/j/rbti/a/4nfwbBLVqVpVMVHsWXS5Kzy/?lang=pt

 

Hiperinfecção por Strongyloides stercolaris: relato de caso autopsiado

M G P Veloso, A S Porto, M Moraes

Rev Soc. Bras. Trop 2008, vol 41 (4)

https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/TWWmMPT9v6qzWYKnVbRm3GC/?lang=pt

 

■ Acesso gratuito

■ Um dos Blog de Medicina mais acessado em todo o mundo. Mais de 900 temas médicos já disponíveis online

■ Use o mecanismo de busca – PESQUISAR na home page.

■ Acesse ARQUIVO e encontre os temas incluídos no Blog a cada mês, desde maio 2017

■ Blog Internet Médica – www.internetmedica.com.br

■ Médico Responsável: Dr Paulo Fernando Leite

CRMMG: 7026

Belo Horizonte/MG/Brasil

Email: pfleite1873@gmail.com

Março 2023