¨Em 1930, Wolff, Parkinson e White descreveram uma síndrome, que posteriormente recebeu seus nomes, que afetava pacientes jovens sem doença cardíaca estrutural, manifestando-se no eletrocardiograma (ECG) com intervalo PR curto, complexos QRS alargados e episódios de taquicardia paroxística. A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma forma de pré-excitação ventricular na qual parte do miocárdio ventricular é despolarizada precocemente pela existência de uma ou mais vias acessórias (VAs) que conduz o estímulo diretamente do átrio para o ventrículo sem passar pelo nó atrioventricular (AV). As VAs resultam de um desenvolvimento embriológico anormal do miocárdio durante a diferenciação do tecido fibroso responsável pela separação entre os átrios e os ventrículos, e podem ser classificadas com base na sua localização, número, sentido e propriedades de condução. Esta síndrome de pré-excitação geralmente ocorre em pacientes sem cardiopatia subjacente. Os pacientes podem ter arritmias recorrentes –mais comumente, taquicardia de reentrada atrioventricular, fibrilação ou flutter atrial. As gestantes com a síndrome de Wolff-Parkinson-White apresentam uma incidência aumentada de arritmias durante a gravidez. Segundo alguns autores quando o ECG apresenta características da síndrome, sem taquicardia, devemos chamar de padrão de Wolff-Parkinson-White ou pré-excitação ventricular. Taquicardias paroxísticas mediadas por VAs que cruzam o sulco e ligam eletricamente os átrios e ventrículos, quando combinadas com intervalo PR curto (<0,12 segs), um QRS largo (um espessamento da deflexão inicial do complexo QRS, chamada onda delta) e anormalidades secundárias de repolarização, definem a síndrome de Wolff-Parkinson-White. Existem atualmente duas opções terapêuticas básicas para pacientes com WPW: tratamento farmacológico e ablação por cateter. A ablação por cateter de radiofrequência é uma opção segura, eficaz e curativa em função da eficácia individual obtida. As vias de abordagem para o estudo eletrofisiológico (EEF) e ablação dependem da localização da VA, a qual, sempre que possível, deve ser realizada através do ECG. A ablação por cateter com radiofreqüência é recomendável para indivíduos sintomáticos com freqüência que não são controlados por medicação, seja por intolerância aos fármacos ou por escolha¨
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by Dr Paulo Fernando Leite
■ Cardiologia/Prevenção Cardiovascular
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