¨A encefalomielite miálgica / síndrome da fadiga crônica (EM / SFC) é uma doença que causa distúrbios do sistema nervoso central (SNC) e do sistema imunológico, metabolismo energético celular e disfunção do transporte iônico, bem como problemas cardiovasculares, disfunção gastrointestinal, comprometimento cognitivo, mialgia e artralgia, intolerância ortostática, inflamação e distúrbios da imunidade inata. O principal sinal clínico é a persistência da fadiga crônica, que não é aliviada pelo repouso e dura mais de 6 meses. A encefalomielite miálgica / síndrome da fadiga crônica (EM / SFC) é uma condição clínica complexa e controversa sem ter estabelecido fatores causais. O aumento do número de casos durante a última década criou conscientização entre os pacientes e os profissionais de saúde. Atualmente, cerca de 80% dos casos de EM / SFC não são diagnosticados. De acordo com a literatura disponível, já em 2009 cerca de 17 milhões de pessoas foram diagnosticadas com esta doença, incluindo 800.000 pacientes nos Estados Unidos da América e 240.000 no Reino Unido. Fatores etiológicos para ME / CFS incluem predisposição genética, estresse, trauma, exposição a toxinas, atividade física e relação de descanso, bem como uma história recente de doença infecciosa. As mulheres na faixa etária de 30 a 39 anos são mais propensas a essa doença. A infecção viral crônica como causa de EM / SFC tem sido debatida há muito tempo. No entanto, a falta de grandes estudos envolvendo grupos de pacientes bem planejados e configurações experimentais validadas têm dificultado nosso conhecimento sobre esta doença. Além disso, desenvolvimentos recentes em relação ao mecanismo molecular da patogênese de vários agentes infecciosos lançam dúvidas sobre a validade de vários dos estudos anteriores. São comuns os pacientes que se queixam de fadiga. Entre 20% e 50% da população relata sofrer de fadiga (dependendo da definição), ao passo que 10% dos pacientes de serviços de atendimento primário possuem fadiga com seis meses ou mais de duração. Um grupo menor pode demonstrar possuir significativa incapacitação resultante de fadiga. A síndrome de fadiga crônica (SFC, popularmente conhecida no Brasil como astenia nervosa) é um transtorno caracterizado por uma fadiga profundamente incapacitante em associação a determinados sintomas. A fadiga deve ser suficientemente grave para causar uma perda significativa das funções físicas e sociais por um mínimo de seis meses, e quatro dos seguintes sintomas precisam também estar presentes: distúrbio do sono (usualmente hipersonia), prejuízo na concentração, dor muscular, dores múltiplas nas articulações, dores de cabeça, exacerbação da fadiga pós-esforço, garganta inflamada e nódulos linfáticos inchados. As exclusões incluem uma causa orgânica subjacente clara e transtorno psiquiátrico grave como depressão psicótica. Os mecanismos fisiopatológicos da EM / SFC ainda são desconhecidos e não existem marcadores biológicos padronizados ou testes para o diagnóstico; portanto, mesmo a existência desse diagnóstico médico tem sido questionada por longo tempo. No entanto, a etiologia do SFC permanece indefinida; como provável condição heterogênea sua etiologia é multifatorial. A maioria dos pacientes nos quais a SFC é diagnosticada tem o início dos seus sintomas a partir de uma infecção viral, como uma infecção do trato respiratório superior ou influenza. Isso levou inicialmente a grandes esforços para encontrar o vírus responsável pela SFC, com a hipótese de que a SFC fosse devida a uma infecção viral persistente. No entanto, a pesquisa em pacientes diagnosticados com infecções virais graves especificas mostrou que alguns vírus são mais prováveis de resultar em fadiga crônica do que outros, e alguns pacientes são mais vulneráveis que outros. Devido à variedade de sintomas da SFC / EM, as abordagens de tratamento variam amplamente., nistatina, corticosteroides em baixas doses , não demonstraram melhorar os sintomas. Muitos tratamentos tem sido tentados: aciclovir, imunoglobulina intravenosaO uso de rintatolimode e rituximabe, assim como programas de aconselhamento, terapia comportamental e reabilitação, podem ser benéficos para a SFC / EM, mas a evidência de sua eficácia ainda é limitada. Da mesma forma, a estimulação adaptativa parece oferecer alguns benefícios, mas os resultados são discutíveis: o mesmo ocorre com o uso de suplementos nutricionais, que podem ser valiosos para pacientes com SFC / EM com deficiências bioquimicamente comprovadas. A terapia de exercício gradual, com ou sem terapia cognitiva, é um tratamento eficaz e seguro para a síndrome da fadiga crônica¨
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■ by Dr Paulo Fernando Leite
Cardiologia – Centro Médico Unimed BH
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