A mídia social começou a proliferar nas áreas médicas e transformou a forma como profissionais médicos atuam e interagem com seus pacientes. Ele oferece uma nova via de comunicação que tem o potencial de envolver os pacientes e, portanto, pode ser usada para criar valor para profissionais médicos e pacientes. As aplicações de mensagens instantâneas têm o potencial de melhorar e facilitar a comunicação entre médicos e estudantes do hospital, gerando e melhorando as oportunidades de aprendizado.

 

WhatsApp como recurso para a educação em saúde: contextualizando teoria e prática em um novo cenário de ensino-aprendizagem

Este artigo busca compartilhar uma experiência bem-sucedida do uso do aplicativo WhatsApp como recurso para a educação médica, destacando o potencial pedagógico e formativo das redes sociais, ainda não aproveitado plenamente pelas universidades. Este ensaio se deu sob a forma de uma aula para estudantes da graduação do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, conduzida no popular chat chamado WhatsApp. Essa aula teve como tema principal a Educação em Saúde nas Mídias, e seus objetivos eram: avaliar os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante o curso do módulo de Saúde Coletiva III e verificar, na prática, a eficácia de uma nova mídia social como meio de Educação em Saúde. Esse módulo de ensino teve como foco trabalhar com os estudantes conceitos e saberes sobre Promoção de Saúde, Educação Popular em Saúde, Educação em Saúde, Prevenção de Agravos e Determinantes Sociais do Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado. Para que a atividade fosse condizente com os temas abordados no módulo, professor e discentes debateram se a mudança de ambiente da sala de aula para o espaço virtual seria favorável ao aprendizado do tema. Após chegarem a um consenso, construíram coletivamente a estrutura da atividade e como ela deveria ser conduzida. Exemplos de ações de Educação em Saúde veiculadas em diferentes mídias foram compartilhados em um grupo de WhatsApp®, ao qual foram adicionados os discentes e professores envolvidos. Tais ações visavam direcionar o debate proposto, e a atividade permitiu uma discussão fluida e dinâmica, com contribuição intensa de todos os participantes. No final da aula, os discentes demonstraram satisfação com o resultado final e consideraram o experimento muito positivo e proveitoso. Esta experiência evidencia como as novas tecnologias da informação e comunicação, especialmente as redes sociais, têm capacidade para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem e trazer novos meios de interação entre educador e educandos. Esperamos que este relato estimule mais professores e discentes a explorarem o potencial pedagógico e formativo das redes sociais, que precisa ser aproveitado em toda a sua plenitude.

Paulino, Danilo Borges et al. WhatsApp® como Recurso para a Educação em Saúde: Contextualizando Teoria e Prática em um Novo Cenário de Ensino-AprendizagemRev. bras. educ. med., Jan 2018, vol.42, no.1, p.171-180

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022018000100171&lng=pt&nrm=iso

 

WhatsApp como ferramenta para complementar a educação médica para estudantes de medicina

Este estudo teve como objetivo demonstrar a viabilidade e aceitação da comunicação por mensagens instantâneas para complementar a educação médica para estudantes de medicina, enquanto em anexo clínico. Um total de 6 grupos do WhatsApp Messenger (WhatsApp Inc.) foram criados para estudantes de medicina em anexo clínico. Estes foram usados ​​para fornecer comunicação dentro de grupos de Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) por um período de 8 semanas. A frequência e o tipo de comunicação foram registrados. As opiniões dos alunos foram avaliadas através de um processo de entrevista estruturada no final do período do estudo. Uma análise temática foi realizada sobre o conteúdo dos grupos de mensagens instantâneas e sobre os resultados das entrevistas estruturadas. Os resultados deste estudo ilustram um método pelo qual a comunicação dentro de grupos PBL pode ser facilitada pelo uso de mensagens instantâneas. Os resultados indicam a viabilidade e aceitabilidade do WhatsApp Messenger em suplementar o ensino de ABP para estudantes de medicina e fornece uma estrutura para estudos para investigar o uso entre coortes maiores de estudantes.

L Raiman, R Antbring, A Mahmood

BMC Med Educ. 2017; 17:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5219809/

 

¨Grupos do facebook¨ para o diagnóstico e tratamento de doenças crônicas

O uso de grupos no Facebook por pesquisadores e profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento de doenças crônicas, como diabetes mellitus tipo 2 e doença coronariana, está em seus estágios iniciais e os desafios estão surgindo. Embora os grupos do Facebook ofereçam um grande potencial para oferecer suporte à saúde, mas evidências robustas ainda não disponíveis. Projetar grupos do Facebook que sejam aceitáveis ​​para os usuários, para os pesquisadores da área de saúde e também para os profissionais de saúde é um desafio, e há um ajuste inadequado aos métodos tradicionais de pesquisa e avaliação. As principais recomendações para futuras pesquisas de grupos do Facebook para o manejo de doenças crônicas incluem: (1) desenvolvimento de conteúdo interativo com a contribuição da população de pacientes alvo; (2) maior compreensão do papel potencial dos “campeões” de grupo; (3) assegurar que as políticas de mídia social das instituições de saúde permitam a comunicação online em tempo real; e (4) utilizar estratégias abrangentes de avaliação, incluindo o uso de avaliações de processos.

S R Partridge, P Gallagher, B Freeman, R Gallagher

Facebook Groups for the management of chornic disease

J Med Internet Res 2018, vol 20 (1): e21

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5792702/

 

Mídias sociais & informações nocivas à saúde

Perfis falsos nas mídias sociais disseminam ¨informações nocivas à saúde¨ provocando crescimento do risco de pandemias, afirmam pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Em estudo publicado na revista científica American Journal of Public Health, os autores concluíram que bots (programas de computador fabricados para automatizar procedimentos, geralmente repetitivos) no twitter e trolls russos (perfis cujo objetivo é desviar o foco de qualquer discussão) são responsáveis pela disseminação da desinformação que ¨aumenta os risco de pandemias globais¨. A pesquisa identificou, por exemplo, que trolls e bots são responsáveis por %0% dos tuítes em inglês contendo crenças contrárias a vacinas. Confira o artigo original

https://ajph.aphapublications.org/doi/abs/10.2105/AJPH.2018.304567

Revista RADIS 2018, número 192

http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/conteudo/falsidade-na-rede

 

A contribuição das mídias sociais para a insatisfação corporal, transtornos alimentares e uso de esteróide anabolizante entre homens de minorias sexuais

A mídia social tem sido associada à insatisfação corporal e a sintomas de transtornos alimentares em mulheres jovens e adolescentes. No entanto, apesar de evidências notáveis ​​de suscetibilidade às pressões da imagem corporal, ainda não se sabe se essas associações se generalizam para os homens de minorias sexuais. Uma amostra nacional de 2.733 homens de minorias sexuais completou uma pesquisa online anunciada para usuários australianos e neozelandeses de um popular aplicativo de namoro. Os participantes responderam a perguntas sobre a frequência com que usaram 11 diferentes plataformas de mídia social, além de perguntas sobre o uso de aplicativos de encontros, imagem corporal, sintomas de transtornos alimentares e esteróides anabolizantes. Facebook, Youtube, Instagram e Snapchat foram as plataformas de mídia social mais usadas. Um padrão de associações pequenas e positivas surgiu entre o uso da mídia social e a insatisfação corporal, os sintomas do transtorno alimentar e os pensamentos sobre o uso de esteróides anabolizantes. Facebook, Instagram e Snapchat evidenciaram as associações mais fortes. As associações de uso de mídia social com insatisfação muscular e sintomas de transtorno alimentar foram mais fortes para plataformas de mídia social centradas em imagem (por exemplo, Instagram) do que plataformas não centradas em imagens (por exemplo, WordPress); Não foram observadas diferenças na insatisfação com a gordura corporal, insatisfação com a altura ou pensamentos sobre o uso de esteróides anabolizantes. Associações previamente documentadas do uso de mídias sociais com a insatisfação corporal e variáveis ​​relacionadas entre mulheres e meninas parecem se generalizar para homens de minorias sexuais. As plataformas de mídia social que envolvem mais centralmente as imagens podem ser mais preocupantes do que as plataformas centradas na imagem. Pesquisas adicionais com homens de minorias sexuais são necessárias para elucidar as distinções entre o uso de mídias sociais adaptativas e mal-adaptativas no contexto de insatisfação corporal, distúrbios alimentares e uso de esteróides anabolizantes.

The contribution of social media to body dissatisfaction, eating disorder symptoms, and anabolic steroid use among sexual minority men

S Griffiths, S B Murray, I Krug, S A McLean

Cyberpsychol Behav Soc Netw 2018, vol 21 (3): 149-156

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5865626/

 

Conectando-se com seu dentista no facebook: as atitudes dos pacientes e dentistas em relação à mídia social

Em odontologia, apesar de pacientes e dentistas freqüentemente usarem mídias sociais em suas vidas pessoais, pouco se sabe sobre suas atitudes e expectativas em relação ao uso de mídias sociais para interações profissionais. Neste artigo, os autores concentraram sobre o papel das mídias sociais na odontologia. Especificamente, exploraram as atitudes dos pacientes e dentistas em relação ao uso de mídias sociais e seus atuais comportamentos online nesse contexto. Além disso, examinaram possíveis desafios e oportunidades em relação à adoção de práticas de mídia social pelos dentistas. Segundo os autores os resultados revelaram alguns desafios e oportunidades importantes para utilizar as mídias sociais na odontologia. Tanto para pacientes como para dentistas, o papel das mídias sociais nos serviços odontológicos permanece vago, e ambas as partes ainda compartilham preocupações sobre a conexão umas com as outras nas plataformas de mídia social. No entanto, também existe um número considerável de pacientes que se sentem confortáveis ​​para se conectar com seus dentistas em sites de mídia social, como o Facebook. As descobertas atuais mostram que existe uma oportunidade para as práticas odontológicas serem comercializadas com uma presença mais ativa na mídia social para melhorar a interação e o envolvimento do paciente.

Connecting with your dentist on facebook: patient´s and dentist´s attitudes towards social media usage in dentistry

Nilesh Parmar, Lin Dong, Andreas Benedikt Eisingerich

J Med Internet Res. 2018, vol 20(6): e1010

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6045786/

 

Tecnologia, envelhecimento e aprendizagem: o uso de smartphones por idosos

Em maio de 2018 o Brasil atingiu a marca de 220 milhões de smartphones, superando pela primeira vez a população brasileira que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 210 milhões. Segundo estudiosos o desenvolvimento e manutenção da cognição estão relacionados à utilização do cérebro e o desafio de aprender a utilizar um novo aparelho pode servir de estímulo. Para idosos que possuem afinidade com o uso de smartphone, há aplicativos que podem ajudar significativamente para a melhora da qualidade de vida e uso de medicamentos.

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – notícias em 29/06/2018

https://sbgg.org.br/tecnologia-envelhecimento-e-aprendizagem-o-uso-de-smartphones-por-idosos/

 

Tecnologia na terceira idade pode auxiliar na promoção de saúde

O uso da tecnologia, na forma de jogos de videogame e jogos cognitivos, pode auxiliar no treinamento motor e cognitivo de pacientes com doença de Parkinson, Alzheimer, AVCs com sintomas de perda de sensibilidade e alteração de motricidade, dificuldades de marcha e equilíbrio. Além disso, permite a leitura de livros, websites, aprendizado mais dinâmico de línguas, treinamento físico, melhor postura, o que pode ser útil na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas.

Snifdoctor – notícias em 30/07/2018

http://www.snifdoctor.com.br/noticias.php?id=8788

 

by Dr Paulo Fernando Leite

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