– A sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada pelo Treponema pallidum. A incidência de sífilis primária e secundária tem aumentado nos Estados Unidos e no mundo nos últimos anos.

 

– As manifestações orais da sífilis podem ocorrer em todos os 4 estágios da infecção — primário, secundário, latente e terciário — mas são mais comuns no estágio secundário. A ocorrência, no entanto, de lesões puramente orais, como neste caso, é uma entidade raramente relatada.

 

– A apresentação clínica e a histologia das lesões orais diferem dependendo do estágio da sífilis. Na sífilis primária, um único cancro oral indolor é característico. Os cancros são geralmente assintomáticos e apresentam-se como uma única lesão ulcerada e eritematosa no local da inoculação.

 

– Sem tratamento adequado, cerca de um quarto das infecções primárias progredirão para sífilis secundária dentro de 4 a 6 semanas após o aparecimento da lesão primária. A imuno-histoquímica confirma o diagnóstico e demonstra numerosas espiroquetas em forma de espiral que se infiltram no epitélio. As manifestações orofaríngeas na sífilis secundária são tipicamente múltiplas, refletindo a disseminação hematogênica do microrganismo. Estas incluem máculas, pápulas e úlceras altamente infecciosas, com os pacientes frequentemente apresentando faringite, amigdalite e laringite e sintomas sistêmicos inespecíficos, como mal-estar e fadiga. Condiloma lata, um achado clássico na sífilis secundária, são pápulas firmes, úmidas, cinzentas ou brancas, mais frequentemente encontradas na região anogenital. Eles são raramente relatados na cavidade oral.

 

– Sem tratamento, a infecção progride para uma fase latente na qual os sinais clínicos da doença secundária se resolvem, mas os pacientes mantêm a sorologia positiva. Geralmente é uma fase assintomática, embora os pacientes possam apresentar lesões mucocutâneas.

 

– Uma parte das infecções então progride ao longo do tempo para doença tardia ou terciária. A fase terciária da infecção pode se manifestar nas membranas mucosas com gomas sifilíticas orais. Elas geralmente têm uma base necrótica e podem estar associadas à destruição do tecido duro e mole, incluindo perfuração palatina. Gomas que afetam a língua podem causar atrofia difusa, denominada “glossite luética”.

 

– Essas apresentações orofaríngeas variadas são frequentemente um dos primeiros sinais de infecção. Como alguns pacientes com sífilis não diagnosticada podem apresentar apenas lesões orais, o reconhecimento precoce de condilomas planos orofaríngeos com confirmação sorológica deve permitir o diagnóstico e o tratamento definitivos, o que pode eliminar a necessidade de biópsia se as lesões responderem ao tratamento.

 

Oral condylomata lata

C J Moezinia, B P Zuckerman, A Abdul-Hamid

Cleveland Clinic Journal of Medicine 2024, vol 91 (12): 725-726

https://www.ccjm.org/content/91/12/725

 

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Janeiro 2025