¨A caquexia tem sido definida como, pelo menos, 5% de perda de peso corporal livre de edema nos 12 meses anteriores (ou um índice de massa corporal < 20 kg / m2) em pacientes com doença crônica e, pelo menos, três dos seguintes critérios clínicos e laboratoriais: diminuição da força muscular, fadiga, anorexia, baixo índice de massa livre de gordura e bioquímica anormal, caracterizada por aumento dos marcadores inflamatórios [proteína C-reativa, interleucina (IL)-6], anemia (Hb < 12 g/dL), ou baixos níveis de albumina sérica (< 3,2 g/dL). A perda de massa muscular é um importante componente da caquexia. A caquexia afeta vários órgãos e sistemas. Sua origem é multifatorial; como os mecanismos fisiopatológicos envolvidos em seu desenvolvimento não estão completamente entendidos, há grande dificuldade no desenvolvimento de terapia específica para a prevenção e tratamento. Estratégias para a prevenção visam, principalmente, a preservação da massa muscular. Diferentes opções de tratamento têm sido descritas, a maioria delas avaliada em estudos experimentais ou pequenos estudos clínicos. Estas incluem suporte nutricional, bloqueio de sistemas neuro-hormonais, redução de translocação bacteriana intestinal, tratamento da anemia e ferrodeficiência, estimulantes de apetite, agentes imunomodulatórios, hormônios anabólicos, e diferentes programas de exercícios físicos. A caquexia é condição patológica prevalente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) associada. Sua ocorrência constitui marcador de gravidade da doença e está associada a aumento da morbidade e mortalidade independentemente de variáveis clínicas importantes como idade, função ventricular ou classe funcional da IC. As consequências clínicas da caquexia dependem tanto da perda de peso como da inflamação sistêmica que acompanha seu desenvolvimento. Perda da musculatura esquelética é importante componente da caquexia; ela frequentemente precede o desenvolvimento desta condição e está associada a mau prognóstico da IC. Atualmente, a terapia não farmacológica como o suporte nutricional e exercícios físicos tem sido considerada de grande importância na prevenção e tratamento da caquexia associada à IC. caquexia cardíaca é um importante preditor de redução de sobrevida em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER). A caquexia cardíaca na ICFER associa-se com comprometimento da homeostase energética devido ao desequilíbrio anabólico e catabólico. A incidência anual de caquexia cardíaca em pacientes com classe funcional III-IV da NYHA foi relatada em 10%, sendo a prevalência de 12-15% entre aqueles com classe funcional II-IV da NYHA. Vários fatores, incluindo comprometimento da ingestão e absorção de alimentos, ativação imunológica e neuro-hormonal, disfunção endotelial, aumento da resistência insulínica, desencadeamento da produção de citocinas pró-inflamatórias e desequilíbrio anabólico e catabólico, desempenham papel fundamental no complexo processo de caquexia cardíaca. Isso se associa com mau prognóstico de curto e longo prazo, resposta desfavorável ao tratamento medicamentoso e má qualidade de vida
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by Dr Paulo Fernando Leite
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